quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A cidade de Tailândia PA


"Com toda certeza não só a formação do Turismólogo é multidisciplinar, bem como a sua alma também" (Patrícia Ventura).


Quero começar este escrito com esta frase acima. Por que?

Nós vivemos no Estado do Pará, região Norte, longe de tudo e de todos,  sabemos que ainda nos falta muita coisa, sabemos como é grande a nossa carência...Como sou brasileira e paraense da gema, papa chibé, quero muito que minha terra cresça, desejo ardentemente que nosso povo paraense supere suas aflições, suas carências, suas deficiências em termos de educação - por isso em minhas aulas mesmo ao explorar um único tema(específico da ocasião) procuro olhar o aluno holisticamente e dar uma aula show que serve para prepará-lo também para a vida cotidiana, para a vida pessoal, enfim, procuro atingir o aluno como um todo - isto porque acredito em mudanças, como dizem os teóricos "não existe aprendizado sem transformação".

Deste modo, não falarei nem bem e nem mal de Tailândia. Falarei aquilo que ouvi.

Falarei que:

 a cidade ainda tem muitos pontos negativos, entretanto, podem e devem ser trabalhados e melhorados...
Gente, quem não aguentar o calor nem adianta viajar para lá, as sete horas pela manhã o sol já está alto e escaldante, pouco chove e a poeira é intensa...Tudo que sei foi o que me contaram. Tomei três táxis durante minha estada na cidade, os três motoristas me falaram muito mal do transito lá. O primeiro deles me alertou que todas as ruas são duas mãos e segundo suas palavras me disse que lá é "cidade sem lei" por isso o trânsito é assim. Eu nem entendi direito. Depois tomei o carro de uma amiga que é veterana na cidade e eu fui colocar o cinto de segurança ao que ela me retrucou: "relaxa tia, vc não está em Belém"....Depois ouvi uma conversa entre cinco enfermeiros que falavam entre si que acontece acidente todos os dias, por isso o hospital vive cheio...Aliás a conversa deles é muito pesada para meus ouvidos...Percebi que os enfermeiros mesmo a brincar possuem um semblante austero, sério e preocupado...Falaram que o pessoal lá é sangue quente e que é muito comum garrafadas em fim de festa...
Mas, voltando aos taxistas...O último táxi que tomei para ir até o terminal era de um senhor de idade muito gente boa, falou-me da tal da cidade sem lei no transito...Eu mesma ia sofrendo um acidente de moto. O condutor da minha moto, muito gente fina, ao dobrar a esquerda numa esquina freou a toda porque três garotinhos (menores), em cima de uma única moto não queriam parar na parada obrigatória, ia ser um choque de moto com moto, mas, não aconteceu...
As pessoas nos olham, reconhecem que não somos da cidade, a intensidade de motos que trafegam é enorme, o calor é intenso, não corre vento, a noite esfria um pouco, mas, essa frialdade é sentida apenas fora das casas e dos estabelecimentos,  o medo das pessoas faz com elas mantenham tudo fechado, ouvi dizer que tem igarapés por lá, mas, não vi nenhum...A poeira amarelo - avermelhada é a marca registrada da cidade...Também ouvi um grupo falando do alto índice de pneumonia em crianças por conta dessa poluição. Gente poeira tem cheiro, eu consegui senti-lo...

Estabeleci comparações do povo de lá com o povo de Salinas onde estive recentemente: são duas realidades diferentes, como água e vinho...Mas, gostei de estar com os dois povos...Aprendi, na prática, o que os professores de turismo falam acerca de DIVERSIDADE CULTURAL ...Amei de fato tudo e todos do ponto de vista profissional...É essa diversidade que nos leva ao crescimento, que soma em nós aprendizado e, por conta de tudo isso digo que pretendo voltar lá outras vezes, esse também é o sentido da frase do inicio deste texto...


"Tudo vale a pena se a alma não é pequena" (vi essa frase no programa do Jô Soares)... E a alma do turismólogo é imensa, multidisciplinar...De repente a poeira é turística...Rsrsrsrs....


















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