terça-feira, 14 de junho de 2011

A PARTIR DO PORTO PELÉ ACESSO PARA A COMUNIDADE DE CARUARÚ E SITIO PRATIQUARA EM MOSQUEIRO - PARÁ






No dia 08/03/2009 uma equipe de professores da FABEL - Faculdade de Belém, liderados pela professora Socorro Almeida, levaram um grupo de acadêmicos do curso de turismo, para uma visita técnica à comunidade de Caruarú e ao Sítio Pratiquara, localizados na Ilha do Mosqueiro.










Os discentes foram para o Porto Pelé, onde iriam encontrar o corpo docente da faculdade, para juntos tomarem a embarcação do Sr. Pedro, que fora contratado previamente para tivessem acesso a comunidade de Caruarú, e posteriormente, ao Sítio Pratiquara.



No ato do embarque no Porto Pelé, as 09h15min, o Sr. Pedro informou que o rio Tamanduácuara hoje em dia sofre a influencia da maré, mas outrora já fora um grande rio, porém, os impactos mataram a nascente. Informou também que a profundidade no trapiche é de três braçadas que equivale a um metro e meio de profundidade.









Aproximadamente a 20 ou 25 minutos depois a embarcação do Sr. Pedro entrou no rio Pratiquara, nome indígena que significa lugar de peixe pequeno, este possui uma profundidade de vinte e duas braçadas, logo a seguir a professora Luciana Mendes informava aos demais tudo o que o Sr. Pedro relatava ao conduzir o barco, falou de uma fábrica de pneus que existiu ali desde antes do ciclo da borracha, com outra atividade e que em 1924 começou a trabalhar com a fabricação e exportação de pneus (Fábrica Bitar), não há informação de quanto tempo está desativada.









Mosqueiro possui trinta e seis ilhas, após passar Tamanduácuara e Pratiquara chega-se ao rio Itapiapanema, outro nome indígena que significa lugar de Pedra de Azar, se refere aos pescadores quando não pescam nada ou quase nada, diz-se que eles estão “panemas”, sem sorte para a pesca.









A equipe chegou ao rio caruaru e à comunidade de mesmo nome às 09h55min. Nessa comunidade a Belémtur em 1998 criou a trilha Olhos d’agua copm uma extensão de 3688 metros, tempo estimado de caminhada 1h40min, a trilha vai da comunidade de Caruarú até a comunidade de Castanhal de mari- mari, porem,a criação desta foi decisão da Belémtur, sem haver o apoio da comunidade esse e outros problemas como é o caso de pequenas rivalidades entre as comunidades do entorno, contribuiu para que a trilha fosse desativada desde o ano de 2005. Houve desmatamento em um pequeno trecho para o cultivo de hortas e em 2008 a comunidade solicitou a abertura da trilha, contudo, nada aconteceu com relação a isso.









O líder da comunidade de Caruarú, Carlinhos, recebeu os acadêmicos e professores de uma forma espontânea e receptiva, contou que a comunidade foi criada em 1945, falou sobre a presença do Padre Rui, nessa época a comunidade só possuía pequenos caminhos. Em 1953, outro padre de nome Samuel, trouxe um quadro de uma santa chamada Santa Rosa de Lima, o festejo religioso ocorre todo dia 30/08 de cada ano, a festa é aberta a todo tipo de público e tem a duração de quatro dias. Nessa época do Círio a comunidade chega a receber de 10.000 a 12.000 pessoas, como não há acomodações ou pousadas, o povo permanece no local até a noite, vai embora, e pela manhã retorna no dia seguinte.









A comunidade possui setenta e quatro famílias, estabelecendo uma média de sete pessoas por família, estatisticamente, confere a uma população de 350 pessoas.









O Carlinhos, líder da comunidade, queixou-se dos descasos por parte do governo com relação à comunidade, haja vista, que nem a ponte que serve de trapiche para atracação dos barcos, único meio de acesso, e precisa de reparos de dois em dois anos e o poder público não ajuda e nem se interessa, a população da comunidade desmata, para a retirada da madeira a ser usada na reforma da ponte. (Sempre os descasos por parte do governo...)









A base de sobrevivência das famílias ocorre através da pesca do camarão, do roçado de mandioca, do qual, saem a farinha, o tucupi e a goma, que são vendidos na Vila do mosqueiro, havendo na região muitos pés de Cupuaçú, Castanha- do- Pará, Taperebá e Uxi, frutos típicos do Estado do Pará.









Os ancestrais dos atuais moradores trabalharam no passado com a produção do carvão, contudo, a algum tempo atrás os filhos da terra viram a necessidade de trabalhar em Belém, como é o caso do Carlinhos, que trabalha na construção civil durante a semana e passa os finais de semana na comunidade.









A escola da comunidade é a Escola Maria Cremilda dos Santos, com nível de ensino até a quarta série, as professoras vêm da Vila do Mosqueiro, e a escola possui um diferencial que chama a atenção, uma sala de aula com uma arquitetura rústica, feita em madeira e coberta com palhas de ubussú, como não há portas e nem janelas, é toda ventilada e arejada, ou seja, iluminação e ventilação naturais, o que mantém o aluno sempre em contato com o meio ambiente.









Após o grupo conhecer a comunidade de caruarú, seguiu viagem, outra vez no barco do Sr. Pedro, rumo ao sítio Pratiquara, estabelecimento de propriedade do Sr Nonato, empresário consciente que busca o desenvolvimento ecologicamente correto. O Sítio Pratiquara possui várias trilhas, uma balsa semelhante a um PIER flutuante, construído em madeira tendo como base garrafas pets de refrigerantes de dois litros, o Nonato está nesta luta a dez anos.









O sítio fica no entorno do Parque Ambiental do Mosqueiro, conta com algumas trilhas, a trilha percorrida pelos acadêmicos e professores termina no rio Anuerá, para prosseguir há a necessidade de canoa.









A maravilhosa cozinha do sítio, conta com deliciosos pratos a base de camarão, peixe e carne, com seus respectivos acompanhamentos, o Buffet é especial além de farto, pode-se provar o açaí da região, ressaltando ainda mais a cozinha paraense por ser este um fruto apreciável e exótico, o que enriquece o cardápio do Sítio Pratiquara.









Na trilha percorrida pelos acadêmicos visitantes, o Nonato mostrou inúmeras riquezas da fauna e flora amazônica, comum no Estado do Pará, como foi o caso da Paxióba, palmeira típica de igapó, podendo ser encontrada também em área de várzea, por causa de suas raízes aéreas possuírem uma espécie de ralo, os índios a usavam como se fosse àquele objeto, também é usada na produção de artesanatos e suas raízes vêm de cima para baixo.









Nonato também mostrou a casa de cupim chamada de Tapequem, que serve para abrigo de animais, no caso serpentes. Outra curiosidade é a formiga Tucandeira, que a pessoa ao ser ferrada por ela sente dor por doze horas seguidas. Outras espécies vegetais como a Arara Fofa, Guarumã e Ucuúba também apreciadas no decorrer da trilha.









Observa-se que o empreendimento no Sítio Pratiquara, partiu de uma ação dinâmica, inovadora de um empresário consciente, com caráter empreendedor com finalidade de colocar em prática idéias de desenvolvimento sustentável e, principalmente, preservação em ambientes naturais, promovendo uma demanda específica de público.











































































































3 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, Patrícia, gostei muito do que escreveu sobre o sítio pratiquara.

Gostaria de saber devocê se tem o contato o contato do sr. Pedro ou de mais alguém que possa realizar esse deslocamento do Porto Pelé até o restaurante do seu Nonato, pois várias são as indicações, mas grande também é a dificuldade de encontrar alguém que efetue esta travessia?

Desde já, obrigado.

Unknown disse...

Olá! Já fiz esse roteiro até Pratiquara e tenho interesse em retornar. Como faço para contactar o Sr. Pedro?
Obrigado.

Unknown disse...

Olá! Já fiz esse roteiro até Pratiquara e tenho interesse em retornar. Como faço para contactar o Sr. Pedro?
Obrigado.